Ganho Muscular
Hipertrofia: Quantas Repetições São Ideais? A Ciência Responde! - Ganho Muscular

Hipertrofia: Quantas Repetições São Ideais? A Ciência Responde!

Você já se perguntou se está fazendo o número certo de repetições na academia para realmente ver resultados? A busca pela hipertrofia ideal é uma jornada constante, e a resposta pode ser mais surpreendente do que você imagina. Um estudo recente da Unicamp jogou luz sobre essa questão, revelando insights valiosos sobre como otimizar seu treino para o máximo ganho de massa muscular.

Publicado em: 06/10/2025

Hipertrofia: Quantas Repetições São Ideais? A Ciência Responde!
Ouvir o artigo
0:00

Carga Alta vs. Repetições: O Que Diz a Ciência?

Durante anos, o debate sobre qual método de treino é superior para hipertrofia – alta carga com poucas repetições ou baixa carga com muitas repetições – tem sido acalorado. O estudo da Unicamp, publicado na revista Metabolites, investigou essa questão diretamente.

Os pesquisadores acompanharam 18 indivíduos durante 8 semanas, dividindo-os em dois grupos:

  • Grupo de Alta Carga: Treinou com 80% do peso máximo, realizando um menor número de repetições.
  • Grupo de Baixa Carga: Treinou com no máximo 30% do peso máximo, realizando repetições até a exaustão.

A grande surpresa? Não houve diferença significativa no ganho de massa muscular entre os dois grupos. Isso desafia a crença comum de que apenas cargas elevadas levam à hipertrofia.

O Estresse Metabólico e a Ativação Muscular

O estudo também analisou o estresse metabólico e a ativação muscular durante os treinos. A ativação muscular foi medida através de eletromiografia, enquanto o estresse metabólico foi avaliado pela análise de metabólitos no sangue.

Embora a ativação muscular tenha sido maior no grupo de alta carga, o estresse metabólico foi semelhante em ambos os grupos. Isso sugere que, independentemente da carga, o corpo responde com um nível similar de estresse metabólico, o que pode ser crucial para a hipertrofia.

Como explica Renato Barroso, professor da Unicamp: "Nosso estudo reforça a teoria de que os dois tipos de treino funcionam de modo semelhante. Além disso, conseguimos mostrar que a ativação muscular ocorre de maneira diferente em cada treino, mas o estresse metabólico é igual e, com isso, o resultado de hipertrofia foi igual."

O Papel dos Metabólitos na Hipertrofia

A análise metabolômica revelou variações em 50 metabólitos no sangue durante a ativação muscular. Seis metabólitos (asparagina, 3 hidroxivalerato, aceto-acetato, carnitina, creatina e fosfocreatina) foram analisados mais a fundo, revelando insights sobre os sistemas energéticos envolvidos em cada tipo de treino.

  • Creatina e Fosfocreatina: Associados ao metabolismo anaeróbico, predominante em treinos de alta carga e fibras musculares de contração rápida (tipo 2).
  • Asparagina e Aceto-acetato: Associados ao ciclo de Krebs, que utiliza oxigênio e nutrientes para produzir energia, predominante em treinos de repetição e fibras musculares de contração lenta (tipo 1).

Fibras Musculares Tipo 1 vs. Tipo 2

Entender a diferença entre os tipos de fibras musculares é crucial:

  • Fibras Tipo 2 (Contração Rápida): Ativadas predominantemente em treinos de alta carga. Possuem baixa atividade oxidativa e alta atividade glicolítica, sendo mais responsivas à hipertrofia.
  • Fibras Tipo 1 (Contração Lenta): Ativadas preferencialmente em treinos de repetição. Possuem baixa capacidade glicolítica e alta capacidade oxidativa, sendo altamente resistentes à fadiga.

O Que Isso Significa Para o Seu Treino?

A principal conclusão é que tanto o treino de alta carga quanto o de alta repetição podem levar à hipertrofia. A escolha ideal dependerá das suas preferências, objetivos e da sua capacidade de levar cada série até a exaustão.

Aqui estão algumas dicas práticas:

  • Varie seu treino: Experimente diferentes faixas de repetição e cargas para estimular diferentes tipos de fibras musculares.
  • Priorize a técnica: Mantenha uma forma correta em todos os exercícios para evitar lesões.
  • Leve cada série até a falha: A exaustão muscular é um fator chave para o crescimento.
  • Ouça seu corpo: Ajuste seu treino com base em como você se sente e nos resultados que está vendo.

Perguntas Frequentes

Qual a faixa de repetição ideal para hipertrofia?

Não existe uma faixa única ideal. O estudo sugere que tanto a alta carga (6-8 repetições) quanto a baixa carga (15-20 repetições) podem ser eficazes, desde que você treine até a falha.

Preciso treinar sempre até a falha?

Treinar até a falha pode ser benéfico para a hipertrofia, mas não é obrigatório em todas as séries. Varie a intensidade e o volume do seu treino para evitar o overtraining.

Devo focar em um tipo de fibra muscular?

É benéfico estimular ambos os tipos de fibras musculares para um desenvolvimento completo. Varie seu treino com diferentes faixas de repetição e cargas para otimizar o crescimento.

Conclusão

A ciência nos mostra que o caminho para a hipertrofia não é tão linear quanto se pensava. Tanto o treino de alta carga quanto o de alta repetição têm seu lugar em um programa de treinamento eficaz. O mais importante é entender como seu corpo responde a diferentes estímulos e ajustar seu treino de acordo.

Agora, desafie-se! Experimente diferentes faixas de repetição, priorize a técnica e leve cada série até a exaustão. Compartilhe seus resultados nos comentários e vamos juntos desvendar os segredos da hipertrofia!